08 setembro 2009


"Mediterraneidades" - I

Finda que está a época do ano que o Sul da Ibéria se transforma em local de romaria e culto pelo sol e pelas praias, (qual 13 de Maio em Fátima ou quiçá a Peregrinação Anual Islâmica a Meca!") população activa, estudantes e outros que pensam que fazem alguma coisa mas nada fazem, regressam definitivamente aos seus postos laborais!
Alentejo Litoral, Algarve, Andaluzia e outras costas espanholas recebem entre os meses de Julho, Agosto e Setembro o, correspondente em algumas zonas, quíntuplo da população residente. Vilas, cidades e aldeias costeiras, ao depararem-se com tal sazonalidade, tiram os seus proveitos, essencialmente financeiros, uns mais justos que outros, sendo que quem chega está disposto a tudo ou quase tudo para que nesses dias todas as comodidades sejam satisfeitas!
Regressando à normalidade do mais comum dos mortais, fazem-se contabilidades, lançam-se probabilidades sobre os próximos meses e enche-se o espírito de coragem para enfrentar o que surja.
Entre estatísticas privadas, dados governamentais e outras tantas especulações, é também nesta altura do ano que se ouvem os números macro e micro-económicos do que ao primeiro semestre do ano concerne. As zonas supracitadas encontram-se no que toca ao desemprego na fasquia dos 20% (média)!
Como conseguiremos explicar que tal factor assuma tamanha proporção e provoque catastroficamente um forte desequilíbrio da balança económica das regiões solarengas? Estaremos (Alentejanos, Algarvios, Andaluzes e outros) a fazer correctamente os "trabalhos de casa"?
Estando já demonstrados quais os valores e fontes de rendimento como é que ainda não tiramos partido do melhor que temos? Não é que se pretendam criar "mini paraísos caribenhos", no entanto julgo existir ainda grande margem de manobra e empregabilidade no sector do turismo! A viragem para o melhor aproveitamento dos recursos naturais onde se estimule a preservação dos mesmos, aliada a toda uma existência histórica, imagem de marca de muitos povos do Sul, poderia catapultar a empregabilidade onde esta poderá estar a assumir níveis altamente descontrolados e com prazos de recuperação a muito longo prazo!O ano de 2010 poderá trazer perspectivas de retoma económico-social e não deverá ser perdido o "comboio" da saída da crise, aproveitando não só os melhores ventos internacionais oriundos dos incentivos centrais com objectivos muito concretos no que toca ao desembaraço dos últimos 12 meses, bem como da conjuntura nacional que poderá sair melhorada e/ou reforçada de ambos os actos eleitorais a que seremos sujeitos brevemente!