22 outubro 2009

“MEDITERRANEIDADES” - II

"O ano de 2010 poderá trazer perspectivas de retoma económico-social e não deverá ser perdido o "comboio" da saída da crise, aproveitando não só os melhores ventos internacionais oriundos dos incentivos centrais com objectivos muito concretos no que toca ao desembaraço dos últimos 12 meses, como a conjuntura nacional que poderá sair melhorada de ambos os actos eleitorais a que seremos sujeitos brevemente!"
Foi com este parágrafo que terminei a minha última reflexão de âmbito sócio-económico sobre o Sul da Península Ibérica.
"Nós os eleitores", ao contrário dos cerca de 50% (média ponderada dos três actos eleitorais - Europeias, Legislativas e Autárquicas 2009), resistimos às inundações político-partidárias que num curto espaço de tempo nos assolaram com "slogans", imagens, debates e programas, uns mais agressivos que outros, mas que decerto modo todas tentavam trazer algo de novo.
Consumados os actos por este ano civil, aguardamos agora que a estabilidade (ou não!) incutida aos eleitos pelos seus eleitores, nos traga novos ventos de mudança, novos rumos de desenvolvimento, sustentabilidade e captação de grandes focos de emprego.
No meio de conversas soltas com alguns agentes económicos, ninguém se mostra indiferente à ausência de políticas de empregabilidade, ao facto desta crise ainda não ter o seu fim anunciado e o fantasma de uma nova avalanche de famílias a entrar em colapso financeiro. Alguns dados estatísticos apontam para que no decorrer do próximo ano e inicio de 2011 determinados subsidiados pelo Fundo de Desemprego ou de outras vertentes sociais vejam reduzir substancialmente ou até o corte total das sua bonificações, pois todos sabemos que estas verbas não são eternas e as regras de distribuição estão bem definidas e directamente ligadas à prestação de trabalho efectivo anterior por parte dos beneficiários.
Ou seja, a grande massa de desemprego oriunda do 4º trimestre de 2008 brevemente sentirá a verdadeira crise "na pele"!
Agora, mais do que nunca, está na hora da chamada à unidade económico-social, dando aos seus agentes os verdadeiros apoios, para que através da renovação da sua estrutura financeira e orgânica, estes possam assegurar o crescimento do emprego no sector privado (pois já chega de andar toda a gente a pendurar-se das entidades públicas), e impulsionar o crescimento do tecido empresarial.
Lanço daqui mais uma pequena pista: no ano de 2008, Portugal Continental facturou só com a prática e Golfe 1,8 Milhões de Euros!
Está nas mãos de todos os recém eleitos a melhor ou pior saída desta tão famosa crise que pelos vistos ninguém se atreve a anunciar que tenha o seu fim à vista, uma vez que os dados econométricos assim apontam. Coragem aos que dirigem e a quem deles necessita é neste momento para mim a palavra de ordem!